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Guiné Bissau: não à prisão de crianças talibãs!!!

Durante uma visita ao interior do país no sábado, 6 de Julho de 2017, o Primeiro-Ministro (PM) da Guiné-Bissau, Sr. Umaro Sissoco Embaló, fez uma declaração, em crioulo, na rádio, que ordenou ao seu Ministro do Interior que prendesse todas as crianças mendigas talibãs nas ruas da Guiné-Bissau e as enviasse para as ilhas de Bolama. "Eu sou muçulmano e Fulani e sei que esta prática não é recomendada no Islão. É uma pena que os pais enviem seus filhos para mendigar nas ruas em nome do ensino do Islã. Os pais que não podem pagar devem entregar seus filhos ao Estado", disse o primeiro-ministro.
A Coordenação da RAO na Guiné-Bissau, Associação dos Amigos da Criança, AMIC, reagiu a estas declarações na imprensa nacional e internacional, incluindo a RDP África, Agência noticiosa portuguesa - Lusa, Deutsche Welle e a Voz da América, condenando a ordem de detenção das crianças dada pelo primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Pois, "esta ordem da PM viola não só o sistema nacional de protecção da criança, mas também os instrumentos internacionais comprometidos pelo Estado da Guiné-Bissau, incluindo a CDC, a Carta Africana dos Direitos e Bem-Estar da Criança e o manual da CEDEAO que aborda as necessidades de protecção dos direitos das crianças vulneráveis em mobilidade" disse Laudolino Medina, Coordenador RAO-Guinea Bissau.
A AMIC faz parte da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Guiné-Bissau que realizou uma reunião urgente e produziu um comunicado de imprensa deplorando a ordem de detenção de crianças dada pela PM da Guiné-Bissau. A Comissão de Direitos Humanos convidou a PM a instruir a Ministra da Mulher e da Solidariedade Social a trabalhar com os parceiros e organizações de direitos humanos para encontrar respostas e soluções adequadas e sustentáveis para esta questão.